Olá,
Esse mês de março para mim é muito importante, pois desde meu quinze anos de idade, sempre estou em diversas lutas a favor nós, mulheres. Vejo como ainda lutamos por valorização e respeito.
Claro que a mulher conquistou muitos espaços, mas ainda não temos total consideração. Iremos contar a história de uma grande Mulher, Mãe, Empreendedora e Inovadora, que mostra o quanto a maternidade mudou a sua vida em tudo, até na sua própria profissão. Meninas, Mulheres, Mães, o intuito é de sermos mais unidas e companheiras. Vamos nos unir! Feliz Dia Internacional da Mulher!
Conheça a história da idealizadora e empeendedora do site Maternarum.
Quando sou todas nós
Quando a Andressa pediu que eu escrevesse este texto para a Semana das Mulheres, eu fiquei pensando no meu lado mulher e onde é que na minha vida isso estava sendo considerado. Quando eu virei mãe, eu me entreguei profundamente a este estado de ser, eu queria muito sentir cada passo, cada suspiro desse novo ser dentro e fora de mim, eu não queria perder um segundo dessa nova realidade.
Hoje eu movimento uma causa incrível, que é o Empreendedorismo Materno, com uma equipe maravilhosa e carregando o nome Maternarum, “maternando”, “o que vem da mãe”. Eu idealizei os primeiros passos desse projeto quando ainda estava enfrentando a licença-maternidade. Conforme eu ia amadurecendo a ideia, eu também ia percebendo do que tudo isso se tratava, eu não era mãe de muitos, não tinha experiência nenhuma, nunca tinha empreendido negócio algum (nem sequer vendi geladinhos quando era criança), nunca fui incentivada a isso e nem sabia por onde começar.
A pior sensação que uma mãe em período de pós-parto pode ter é de se sentir tão sozinha e insignificante quanto uma gotinha de água caindo do céu. Uma gotinha que não sabe em que chão vai cair. Esse tipo de sensação costuma provocar depressões, insegurança, atitudes violentas (mais mentais do que físicas), e uma série de situações muito complexas, como a diminuição do leite materno, noites e dias mal dormidos e o aumento dos maus tratos domésticos.
Em mim, essa sensação de não ter chão ainda me persegue e por algum motivo estou me acostumando a ela. É como se eu devesse confiar na ordem divina que rege todas as gotas do mundo, que sabe que todas as gotas quando juntas formam rios e mares deslumbrantes. Empreender pra mim também é confiar.
Quando eu ajudei a organizar a 1º Feira do Empreendedorismo Materno, eu contava com a movimentação de muitas gotas tão sozinhas como eu, eu descobri que essas mulheres estavam espalhadas e minha primeira palavra de efeito foi “união”. Todo o movimento que desencadeou o que estamos nos tornando hoje teve que passar por fases que ainda acredito que sejam as que mais permeiam o mundo materno: acolhimento, inspiração e empoderamento.
Assim como a Maternarum me acolheu no momento em que eu lidava com meus dilemas de maternar ou trabalhar, ela também me inspirou e me fez reconhecer que eu era capaz de muito mais, que parir era só umas das grandiosidades que uma mulher era capaz de fazer. Nunca é tarde para se empoderar de quem somos, e foi depois de perceber isso que a cada dia busco esse empoderamento, essa garra, essa confiança no incerto, o enfrentamento dessa solidão de ser vista como “fora da casinha”.
Por que não rever minha vida profissional? Por que não recriar minha realidade? Eu acredito em uma nova economia, no desenvolvimento justo e sustentável da sociedade, na humanização das relações. Oque eu posso fazer para contribuir com isso tudo? Eu decidi que posso me empoderar, posso continuar me profissionalizando para ser fonte de inspiração, para inovar e tornar muitos caminhos mais acessíveis, e por que tudo isso não pode ser realizado sob uma ótica da família, da comunidade, da tribo?
Em uma semana em que lembramos que somos mulheres, femininas, deusas, que não seja um momento de flores e bombons, mas de reflexão sobre o meu papel no mundo, na criação dessa sociedade justa, na valorização do complexo ato de educar. A violência contra as mulheres é tão grande no mundo que é uma violência ainda maior que eu ignore essa realidade e me tranque na caixinha da minha rotina muito cômoda.
Vamos despertar, não estamos sozinhas no mundo, não precisamos competir umas com as outras, somos semelhantes e só unidas chegaremos ao mar deslumbrante.
By Gandha Romenski
Beijos,
Dressa Dias